Graças a sugestões que apareceram em nosso Instagram (@clinicarubensdoval), nós vamos falar hoje sobre NIC ou neoplasia intraepitelial cervical.
A camada superficial que reveste o colo do útero é divida didaticamente em três camadas, camada número I, camada número II e camada número III.
Quando você tem a formação de um oncócito na camada número I, você diz NIC I, sucessivamente, na camada I e II, NIC II, na camada I, II e III, você diz NIC III.
Normalmente, o oncócito é gerado pela infecção do Papilomavírus, chamado de HPV, que é o Papilomavírus Humano. Esse vírus entra no DNA celular e leva a um desarranjo do DNA celular criando um oncócito.
A passagem do NIC I para o NIC III pode durar anos, de forma que a ida ao ginecologista anualmente certamente você pegará essa transformação e poderá tratar e curar a tempo de uma doença invasiva.
Outra coisa muito importante é lembrar que o NIC não é câncer de colo uterino, é uma lesão pré-neoplásica, é uma lesão pré-cancerosa. Ou seja, você consegue a cura com um procedimento simples e pouquíssimo invasivo.
Portanto, é desse acontecimento que vem a obrigatoriedade da consulta ginecológica anual, de fazer a prevenção do câncer do colo do útero, principalmente hoje onde o HPV é um vírus extremamente propagado em nosso meio.
A incompetência istmo-cervical é a insuficiência do orifício interno do colo do útero em segurar a gestação.
Um diagnóstico feito clinicamente em mulheres com perdas de gestações sucessivas e em idade gestacional decrescente, ou seja, ela perde o bebê às 25 semanas, numa segunda gestação ela perde esse bebê com 18 semanas com partos rápidos, a gente pode caracterizar a incompetência istmo-cervical.
Em pacientes sem esse tipo de história, você pode fazer a prevenção com ultrassom transvaginal ao redor da 20ª semana em associação ao ultrassom morfológico do segundo trimestre.
Os colos com medidas curtas são autorizados a entrarem com o tratamento clínico e dependendo da evolução, com os pessários obstétricos ou até mesmo com uma cerclagem tardia.
As pacientes com história de incompetência istmo-cervical já diagnosticada, aquelas que já tiveram as perdas de primeira, segunda ou terceira gestação, estão autorizadas a fazerem a cerclagem precoce depois da realização do primeiro ultrassom morfológico com 12, 13 ou 14 semanas no máximo.
De forma que com esses tratamentos a gente consegue, na grande maioria das vezes, levar a gestação a termo, ou seja, até às 37, 38 ou 39 semanas.
A incompetência ou insuficiência istmo cervical se trata de uma fraqueza do orifício interno do colo do útero possibilitando a prematuridade ou nascimento dos bebês antes da hora.
O diagnóstico clínico é feito pelas perdas. A paciente aparece no seu consultório dizendo que perdeu um bebê com 25 semanas, depois perdeu o outro na 18ª semana e assim sucessivamente.
A prevenção da incompetência istmo cervical nada mais é do que um ultrassom transvaginal para medir o colo do útero que deve ser realizado em torno da 20ª semana em conjunto com ultrassom morfológico no segundo trimestre.
A medida desse colo não pode ser menor do que 26 milímetros. Caso você tenha o colo abaixo de 26 milímetros, poderá entrar com uma prevenção e tratamento para evitar essa prematuridade, mesmo numa paciente primigesta, ou seja, que nunca havia gestado antes.
Em casos mais sérios, você pode usar um instrumento, chamado pessário. E casos mais sérios ainda, a cerclagem deve ser feita logo no começo da gestação após o ultrassom morfológico do primeiro trimestre com 12 e 13 semanas.
Uma vez diagnosticado e uma vez tratado, você vai coibir essas perdas e, normalmente, essas pacientes vão chegar até o término da gestação com 37 semanas ou mais. Porém, requer uma atenção especial por vezes um repouso cansativo, mas a gente consegue chegar lá.